ARMADOS PARA VENCER

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 “Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça, e calçando os pés com a preparação do evangelho da paz, tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos” (Efésios 6:14-18)

 

Existem dois aspectos importantes que temos que frisar aqui, com respeito ao tempo de termos vitórias em todas as áreas que o diabo quer atacar nas nossas vidas. O primeiro aspecto é o da semeadura e colheita, e o segundo aspecto é o da vitória diária. Vamos começar com esse primeiro. Existem certos princípios no reino espiritual que se remetem ao campo material, e um destes importantes princípios é o da semeadura e colheita.

 

A Bíblia atesta e confirma que nós colhemos aquilo que semeamos, isto é, se nós semeamos uma vida de comunhão com Deus colhemos santidade, e o seu fruto é a vida eterna; enquanto, em contraste, se ficarmos sem comunhão diária com Deus sem ter tempo para Ele, em um futuro não muito distante colheremos uma vida de pecado e que leva por fim a destruição. Veremos alguns exemplos bíblicos com relação à lei de semeadura e colheita:

 

“Lembrem-se: aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente” (2 Coríntios 9:6)

 

“Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna” (Gálatas 6:8)

 

“O fruto da justiça semeia-se em paz para os pacificadores” (Tiago 3:18)

 

“Aquele que colhe já recebe o seu salário e colhe fruto para a vida eterna, de forma que se alegram juntos o que semeia e o que colhe” (João 4:36)

 

“Aquele que supre a semente ao que semeia e o pão ao que come, também lhes suprirá e aumentará a semente e fará crescer os frutos da sua justiça” (2 Coríntios 9:10)

 

“Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois tudo o que o homem semear, isso também colherá” (Gálatas 6:7)

 

“Quando vocês eram escravos do pecado, estavam livres da justiça. Que fruto colheram então das coisas das quais agora vocês se envergonham? O fim delas é a morte! Mas agora que vocês foram libertados do pecado e se tornaram escravos de Deus, o fruto que colhem leva à santidade, e o seu fim é a vida eterna. Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6:20-23)

 

A lei espiritual de semeadura e colheita tem relação a todos os aspectos da vida cristã e não se limita a um apenas. Por exemplo, em 2 Coríntios 9:6 Paulo aplica a lei de semeadura e colheita no contexto da contribuição financeira aos necessitados de Jerusalém (2Co.9:1), já em Romanos 6:20-23 essa mesma lei é relacionada a justiça e santidade, enquanto em Gálatas 6:8 este princípio está relacionado a vida futura – destruição ou vida eterna (Gl.6:8). A verdade é que esse mesmo princípio atua em todas as áreas da nossa vida. É por isso que, em Gálatas 6:7, Paulo escreve quetudo o que o homem semear, isso também colherá” (Gl.6:7).

 

Ou seja, este princípio atua em todas as áreas da vida cristã, embora iremos evidentemente colocar um foco maior no aspecto de pecado ou santidade. Muitas pessoas buscam de fato sair do pecado, mas tem menos sucesso nisso do que outras pessoas que buscam relativamente menos isso em sua vida diária com Deus. Como explicar isso? Existem pessoas pré-destinadas a uma vida de pecado e outras pré-destinadas a uma vida de santidade, independentemente de suas ações? Já vimos que não. A verdade é que tais pessoas que não buscam a Deus e acham que estão bem assim estão, na verdade, com os “dias contados”.

 

O fato é que elas não estão semeando fruto nenhum e, portanto, mais à frente (à época da “colheita”) ela acabará tendo que arcar com as consequências que isso resulta. É por isso que Paulo diz: “Que fruto colherão então das coisas as quais agora vocês se envergonham?” (Rm.6:20). Paulo está falando da época em que eles vivam no mundo, e a pergunta retórica indiretamente deixa claro que eles não colheram nada daquela época. Ao contrário, tudo o que conseguiram com aquilo foi a vergonha (v.20).

 

O mesmo acontece com o cristão que hoje não busca a Deus, mas pensa que está “tudo bem” porque no momento ainda não está afundado em pecados, como se isso fosse um sinal de que ele pode livremente continuar naquele mesmo estilo de vida. Ele infelizmente não compreende a paciência e misericórdia da parte de Deus, confundindo a paciência divina com algum tipo de “livre acesso ao pecado”. Paulo fala sobre isso aos Romanos:

 

“Ou será que você despreza as riquezas da sua bondade, tolerância e paciência, não reconhecendo que a bondade de Deus o leva ao arrependimento? Contudo, por causa da sua teimosia e do seu coração obstinado, você está acumulando ira contra si mesmo, para o dia da ira de Deus, quando se revelará o seu justo julgamento” (Romanos 2:4-5)

 

Ou seja, a bondade de Deus, em Sua tolerância e paciência, é o que faz com que Ele não exerça juízo imediatamente sobre a vida dessa pessoa que continua sem buscar um real comprometimento com Deus e conservando uma vida de pecados, pensando que está tudo bem porque não se afundou completamente ou então porque ainda não viu Deus exercer juízo sobre ela ainda. A verdade é que tal juízo não foi exercido e tal “tempestade” (Mt.7:24-27) ainda não deu contra a casa por pura misericórdia de Deus, pois ele sabe que quando isso acontecer “será grande a sua queda” (Mt.7:27).

 

Mas, desta maneira, ele está é ACUMULANDO ira divina contra si mesmo, para o dia da ira de Deus, quando ele exercerá juízo sobre esta pessoa. Paulo também fala sobre isso mais à frente nessa mesma epístola: “E que direis, se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição?” (Rm.9:22). Deus suporta tais “vasos”, não porque concorda com a atitude de tais pessoas, mas sim porque espera que ela seja conduzida ao arrependimento, antes que seja tarde demais e a torrente venha e destrua toda a vida dela de uma só vez.

 

Do jeito que ela está, ela apenas consegue acumular para si mesma a ira de Deus, que futuramente se consumará em caso dela não ser conduzida logo ao arrependimento. Algumas pessoas já passaram deste “limite”, e de tanto acumular a ira de Deus, tal juízo já veio sobre eles: “Dessa forma, vão sempre completando a medida dos seus pecados. Sobre eles, finalmente, veio a ira” (1Ts.1:26). Paulo compreendia que, para algumas pessoas, tal medida de pecados já havia sido completada, resultando na ira de Deus que, neste caso, já veio sobre eles.

 

A graça de Deus é muito grande e, por isso, Ele é paciente e longânimo para suportar os pecadores e aqueles que não buscam a Ele diariamente, pois ele quer levá-las ao arrependimento antes que seja tarde demais, pois estão acumulando para si mesmo a ira de Deus. Quem semeia para a carne, colherá destruição. A vida dessa pessoa será destruída, quando a ira de Deus finalmente for derramada sobre ela. Os pecados que ainda estavam ocultos serão trazidos à tona, de modo que a mão de Deus irá finalmente estar contra eles, pois tornaram-se “inimigos de Deus” (Rm.1:30).

 

Amados, não queiram tornar-se inimigos de Deus; ao contrário, compreenda que ele quer te conduzir ao arrependimento antes do “dia da ira de Deus” (Rm.2:5) ser derramado, pois “uma inundação arrastará a sua casa, águas avassaladoras, no dia da ira de Deus. Esse é o destino que Deus dá aos ímpios, é a herança designada por Deus para eles” (Jó 20:28,29). E, se você está em “paz com Deus” (Rm.5:1) e andando nos Seus caminhos e buscando-o diariamente e dedicando um tempo bem relevante para estar com Ele, não fique triste ou angustiado por não ver nenhuma melhora aparente ou por estar passando por um período de seca ou deserto, ou tribulações em que pareça que nada acontece.

 

Ao contrário daquelas pessoas, Deus está te preparando para esse momento em que a tempestade vier, mas você, ao contrário, colherá os frutos de sua semeadura, não de uma semente corruptível, mas incorruptível, e você terá a vitória, pois o que você semeia hoje em sua comunhão com Deus colherá em santidade, e o seu fim é a vida eterna (Rm.6:22). Se Deus está tratando com você, com certeza não é por nada. Você está semeando aquilo que virá a ser no futuro: um santo homem (ou mulher) de Deus, ou então alguém afundado na ruína do pecado e com a mão de Deus pesada sobre ele.

 

Por isso, se você está em pecado, arrependa-se. “Pecadores, limpem as mãos, e vocês, que têm a mente dividida, purifiquem o coração” (Tg.4:8). E você que está semeando uma vida de comunhão diária e constante com o seu Pai, tenha a certeza de que o tempo da colheita virá, em que um todo de pureza e santidade que leva a vida eterna será realidade em sua vida, e isso nem mesmo as tempestades, as torrentes ou os ventos serão capazes de abalá-lo, pois estará edificado e fundamentado sobre a rocha da nossa salvação, Cristo Jesus, Nosso Senhor.

 

O segundo aspecto que disse que iria aqui abordar, é em relação à vida diária do cristão, da vitória que nós temos que ter cada dia contra o pecado. É evidente que, como vimos, a lei da semeadura e colheita é um fato espiritualmente marcante, mas também temos que ter vitória não apenas em um futuro distante, mas hoje mesmo. Como, então, podemos ter hoje essa vitória? Paulo alista as armas para essa vitória no seu último capítulo aos Efésios:

 

Efésios 6

12 Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.

13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.

14 Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça;

15 E calçados os pés na preparação do evangelho da paz;

16 Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.

17 Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;

18 Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos.

 

Essas armaduras que Deus nos concede não é algo que ele nos dará somente em um futuro distante; ao contrário, tem relação às armas que nós temos que fazer uso delas em todos os dias de nossa vida na nossa luta contra “os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (v.12).

 

De todas as coisas que Paulo disse, podemos alistar: (1) andarmos na verdade; (2) na justiça; (3) no evangelho da paz; (4) termos fé; (5) tomarmos posse da salvação; (6) lermos a Palavra de Deus; (7) orando em todo o tempo; (8) em súplicas e perseverança por todos os santos. Além destes, podemos também listar a prática cristã do jejum (Mt.17:21), da caridade (1Co.14:1), das boas obras (1Tm.6:18), do amor (Jo.15:17) e do louvor a Deus (Hb.13:15). Temos que conservar essas leis morais em nós e que cresçam em nossas vidas de modo com que se tornem constante em nosso caráter, personalidade e vida cristã:

 

“Por estes motivos, esforçai-vos quanto possível por unir à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o amor fraterno, e ao amor fraterno a caridade. Se estas virtudes se acharem em vós abundantemente, elas não vos deixarão inativos nem infrutuosos no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Pedro 1:5-8)

 

Se buscarmos Deus diariamente, teremos também vitórias diárias em nossas vidas. A realidade é que nós estamos inseridos em um contexto de batalha espiritual (Ef.6:12), e para vencermos essa batalha temos que fazer uso do máximo de armas que Deus nos concede para termos vitória nesta batalha. Nenhum exército vai para uma batalha apenas com o corpo físico enquanto o outro vem com fuzil, bazuca e tanque de guerra do outro lado. Todo exército que quer realmente ganhar alguma batalha deve se armar e se preparar o máximo para essa disputa.

 

Deus nos prepara e molda o nosso caráter no caminhar da vida cristã, muitas vezes até sob tribulações ou adversidades, e depois coloca a sua armadura em nós para prevalecermos firmes no dia mal. Mas temos que lembrar que somos nós que devemos tomar posse dessa armadura que Deus nos concede. Paulo diz para “tomar posse de toda a armadura de Deus” (Ef.6:13), ou seja, somos nós que devemos tomar posse dessa armadura para enfrentar o inimigo. Mas como é que nós tomamos posse dessa armadura?

 

O apóstolo as alista até o v.18, como já listamos aqui. Essas armaduras tem relação a uma vida moral e também a uma vida de ação [obras] que nós devemos fazer, pois nós fomos “criados em Cristo Jesus para as boas obras, que Deus de antemão as preparou para que nós as praticássemos” (Ef.2:10). O autor de Hebreus fala em “oferecer a Deus sem cessar sacrifícios de louvor” (Hb.13:15). Este “sem cessar” vai muito além de uma ou outra música que cantamos no domingo na igreja. Diz respeito a uma vida constante de louvar a Deus que deve sair de nossos lábios, pois disso que Deus se agrada, este é o “sacrifício” que Deus realmente deseja! Paulo também admoesta a “orar sem cessar” (1Ts.5:17).

 

Isso é óbvio que não tem relação apenas a uma ou outra oração no dia ou a alguns poucos minutos de oração; ao contrário, tem relação a uma vida de prática constante e verdadeira em que entramos na presença de Deus e nos fazemos conhecidos por Ele, mediante a prática cristã diária e constante de oração, pois fomos criados para estarmos em comunhão com Ele. Sumariando, quando tomamos posse diariamente dar armas que Deus nos concede, temos mais força para vencermos as tentações que o diabo preparou para que caíssemos. Deus não vai nos tirar da batalha, mas nos armar para ela.

 

Quanto mais buscamos a Deus, mais as armaduras de Deus são concedidas a nós e, agindo desta forma, ficaremos mais preparados para enfrentar o inimigo, não como pessoas reféns do diabo ou escravos do pecado, mas sim como verdadeiros cristãos “mais do que vencedores” (Rm.8:37), podendo todas as coisas no Deus que nos fortalece, e que nos dá forças para enfrentar o inimigo. Lembre-se: Deus não vai tirar você da batalha (o próprio Jesus foi para a batalha da tentação no deserto), mas sim te conceder armaduras para vencer Satanás nesta batalha, na medida em que você O procura e O busca.

 

Também a nossa mentalidade não pode ser de pessoas vencidas ou derrotadas, como se toda a qualquer tentação fosse algo “insuportável” ou então algo insuperável, como se fosse um sinônimo intrínseco a pecados. Ser tentado não é cometer pecado. Jesus foi tentado. Nós temos que ter a mentalidade de vitoriosos, de modo que até mesmo na pior de todas as tentações, em que sentimos mais fracos, podemos dizer que, aí sim, é que somos fortes. “Quando me sinto fraco, aí então é que estou forte!” (2Co.12:10).

 

Se tivermos a mentalidade de fraqueza, pensando que qualquer tentação pode arrumar brecha para entrar e fazer o estrago, então estaremos sempre fadados a derrota independente da armadura. Se um povo vai à guerra completamente armado, mas se menosprezando e pensando que é fraco demais para derrotar o adversário, vai perder do mesmo jeito. Por isso, temos que tomar posse de toda armadura que Deus nos concede, mas não fraquejar na hora das tentações, tendo em vista que somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou, filhos de Deus em meio a uma sociedade depravada e decaída, em que somos como estrelas brilhando em meio a um mundo que jaz no maligno.

 

Nós somos a força de resistência, nós somos os feitos filhos do Deus vivo, e sendo filhos do Rei dos reis e Senhor dos senhores temos que ter em mente que Ele nos concede mais força do que qualquer medida de tentação, de que podemos sim vencer as adversidades, e de que aquele que está em nós é – sim – bem maior do que aquele que está no mundo, pois já foi derrotado por Aquele em que nós temos a vitória.

 

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Por: Lucas Banzoli.

 

Extraído de meu livro: "Como Vencer o Pecado". 

 

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