“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16)
O mais importante de todo o nosso estudo, e que nunca poderia ficar de fora, é o amor e o perdão de Deus. Sabemos que o inimigo é astuto. Por isso, sempre que caímos em tentação, ele é o primeiro a nos acusar, colocando pensamentos em nossa cabeça do tipo: "Ah, agora que eu fraquejei, está tudo perdido, Deus está chateado comigo. Já que é assim, vou continuar e pecar mais ainda!”. Tal pensamento jamais pode passar pela mente de um verdadeiro cristão, porque Deus sempre derrama o seu amor em nossos corações perdoando-nos das nossas faltas e erros cometidos.
Muitas pessoas temem terem cometido algum pecado que Deus não pode e nem vai perdoar; tais pessoas acham que não há esperança para elas, não importa o que façam. Satanás adora quando ficamos presos a tal mentalidade. A verdade é que se alguém tem esse medo, ele precisa aproximar-se de Deus, confessar seu pecado, arrepender-se e aceitar a promessa de Deus de perdão.
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” (1 João 1:9)
Esse versículo nos garante que Deus está pronto para perdoar os nossos pecados, se nos aproximarmos dEle com arrependimento. Se você está sofrendo por causa de grande quantidade de culpa hoje, Deus está esperando com Seus braços abertos em amor e compaixão por você. Ele nunca vai desapontar, decepcionar ou deixar de perdoar aqueles que se aproximam dEle com fé e arrependimento sincero. Penso eu que um dos motivos pelos quais Deus permitiu que o homem tivesse um instinto carnal naturalmente forte seja, em certo sentido, para nos aproximar dele.
Não estou de jeito nenhum propagando o pecado e muito menos contrariando tudo aquilo que aqui já foi dito, mas ressaltando o fato de que as nossas próprias limitações fazem com que sejamos ainda mais dependentes de Deus; absolutamente TUDO nas nossas vidas é dependente Dele: dependemos dele para vencer o pecado, para destruir as obras do maligno, para enfraquecer a carne, para matar o velho homem e para ser uma pessoa que anda em justiça e em santidade diante do Pai.
Se ninguém tivesse uma natureza pecaminosa, então de certo modo não precisaríamos tanto assim de Deus para levar uma vida de santidade, porque o nosso próprio instinto já seria de ser santo. Quando pecamos, descobrimos o quão mal que nós realmente somos, e o quanto é grande o amor e a paciência de Deus para conosco – muito maior que transcede todo e qualquer entendimento!
Na minha própria vida tem muitas vezes em que cometo falhas, erros, pecados, e muitas vezes a carne acaba se sobrepondo a lei da minha mente. Cometemos atos tão frontalmente contra a santidade divina que nós mesmos pensamos estarmos excluídos da graça ou do amor Dele. É, na verdade, nestes momentos em que vemos claramente o quanto mal que nós realmente somos, e o quanto dependemos completamente e inteiramente da graça de Deus e da Sua misericórdia para nos mantermos “de pé”!
E vemos que Ele sempre está disposto a nos perdoar e aceitar novamente, porque “se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra” (2Cr.7:14).
Muitas vezes nas nossas vidas somos como um homem que está tentando subir uma montanha. Ao longo de seu objetivo de chegar lá no topo, ele se surpreende em várias quedas. Quanto mais alto ele já tiver chegado, mas forte será a queda e maior será o impacto. Se ele já está lá embaixo, praticamente no solo, e cair, não sofrerá quase dano algum. O que isso tem a ver com o pecado? É muito simples: muitas pessoas são como o alpinista que cai quando já está lá embaixo. Elas acabam se acostumando com o pecado e não querem subir mais alto, porque sabem que, se subirem, a sua queda acabará doendo mais.
Acabam se acomodando a uma vida de pecados, pensando que a queda de quem já está caído não deve doer tanto assim. Mas existe um outro grupo de pessoas, daquelas que lutam contra o pecado, que se arriscam e com todo o esforço tentam alcançar o topo da montanha. Quando caem, sofrem muito com aquilo, pois muitas vezes o impacto acaba sendo forte demais. O rei Davi acabou, em um só pecado, cometendo adultério e assassinato, no caso de Urias. Mesmo assim, a Bíblia o chama como um rei “segundo o coração de Deus” (At.13:22), alguém que teve o coração “totalmente dedicado ao Senhor” (1Rs.11:4). Como entender isso?
Davi lutava. Ele não era como os outros reis, que já estavam lá embaixo da montanha e cometiam pecados muito maiores do que estes de Davi, e mesmo assim a Bíblia pouco dá importância e eles pouco sofriam por causa disso. Você já parou para pensar que, apesar de Acabe ser o rei mais ímpio de toda a história de Israel, e de Manassés ter sido o rei mais ímpio de toda a história de Judá (e muitos outros reis foram como estes dois na história da nação israelita), são exatamente os pecados de Davi, o rei segundo o coração de Deus, que mais ficaram marcados até nós nos dias de hoje?
Isso acontece porque, para quem já chegou à parte mais alta da montanha, a queda acaba sendo maior. O barulho é maior. A dor é maior. Mas, com certeza, o perdão e a misericórdia de Deus são ainda maiores e superabundantes. Deus não se agrada dessas pessoas que, de tanto pecarem e não saírem do solo, ficam tão insignificantes que nem mais se preocupam com os seus próprios pecados. Deus se agrada das pessoas que lutam, que decidem subir a montanha, que desejam chegar lá em cima, mesmo estando sujeitos a uma dor ou sofrimento maior que virá depois.
O rei Davi, de tanto lutar para subir a montanha, apesar dos seus pecados, acabou sendo conhecido como o rei segundo o coração de Deus, que tinha o coração totalmente dedicado ao Senhor durante todos os dias da sua vida, da linhagem do próprio Cristo, o Messias, o “filho de Davi” (Lc.18:38). Quem você quer ser? Um covarde ou um guerreiro? Um “Acabe” ou um “Davi”? Vai ou não subir a montanha? Antes de tomar essa decisão, por mais difícil que seja, saiba de uma coisa: Deus te espera lá em cima, e o seu galardão com ele está guardado, para todos aqueles que perseveram na fé até o fim.
Amado irmão, eu não criei este artigo para “atirar pedras” em alguém que tenta, mas não consegue se libertar de vícios, mas sim para lhe encorajar a continuar buscando a Deus com arrependimento, sabendo que o nosso Pai nunca nos deixará, nunca nos desamparará. Ainda que sejamos infiéis, ele nunca deixará de ser fiel, pois não pode negar-se a si mesmo (2Tm.2:13). A luta realmente não é algo fácil; afinal, temos um inimigo externo (o diabo) incitando um inimigo interno (nós mesmos, a nossa carne) a pecar contra Deus.
As armas para essa guerra já foram dadas há muito tempo: Ore, louve, leia a Palavra de Deus, se arrependa, reconcilie com Ele sempre, jejue, ore no Espírito e – principalmente – faça guerra! Lute, lute contra si mesmo! Lute contra a sua prória violência, lute contra a sua própria inclinação para o mal e para o pecado. Às vezes a mudança vem rapidamente. Às vezes, em outras áreas, ela vem mais devagar. Mas Deus nos prometeu que conforme fizermos uso de Seus recursos, Ele trará mudança em nossa vida. Persevere no conhecimento de que Ele é fiel às Suas promessas!
O problema de muitas pessoas é que elas tentam “matar o monstro” alimentando ele! Ao invés de passarem tempo lendo a Palavra de Deus, ou em oração, jejuns e adoração ao Senhor, elas passam todo o tempo vendo uma porcaria de televisão que não vai espiritualmente elevar o nível de ninguém, não vai matar carne nenhuma, ao contrário disso, vai alimentá-la ainda mais! Ao invés de passarem tempo com Deus, preferem passar tempo se “alimentando” de festas da carne e de demais coisas completamente inúteis, e depois não entendem o porquê de não conseguir vencer a luta contra o pecado.
Irmão, Deus é seu amigo, mas ele concede Graça àqueles que O buscam, e não àqueles que querem matar o monstro que há dentro de si alimentando ele de todas as maneiras. Certa vez lembro-me do pastor da minha igreja contando que certo irmão estava desabafando com ele dizendo que não conseguia matar a carne de maneira nenhuma... aí depois de ser indagado o pastor descobriu que ele passava quase um dia inteiro na frente de uma tela de TV..., e completou: “Levando a vida deste jeito até eu caio”!
Irmãos, não existe ninguém “acima de qualquer suspeita”, e se alguém está firme e de pé é puramente porque alimenta o Espírito e não as coisas da carne mas, se deixar de fazê-lo, acaba caindo novamente. Por isso, “aquele que está de pé cuide para que não caia” (1Co.10:12). Eu mesmo quando caio em pecado fico tão envergonhado que perco até a vontade ou a coragem de fazer uma oração, e acabo passando dias sem orar o tanto que deve... e o problema é que isso é exatamente aquilo que o diabo quer levar a fazer.
O pior não é você pecar antes de dormir (por exemplo) e depois orar para o Deus no qual você acabou decepcionando; o pior e muitíssimo mais vergonhoso é você dormir do mesmo jeito sem orar e nem nada, como se nada tivesse acontecido! Isso sim é não ter vergonha! Deus já se manifestou na pessoa de Jesus Cristo aqui na terra e sabe muito bem que a luta contra o pecado não é nada fácil, pois “ele em tudo foi tentado” (Hb.4:15), e por isso nós “não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb.4:15).
O que devemos fazer neste momento é reconhecer o nosso erro, pedir perdão novamente, orar como antes, se arrepender, e começar a alimentar o Espírito e não a carne. O próprio Jesus afirmou que nós devemos perdoar o nosso próximo ainda que seja “setenta vezes sete vezes ao dia” (Mt.18:22), e ele não iria passar um número tão grande se ele mesmo não perdoasse os seus filhos muitíssimo mais do que isso!
Eu definitivamente não estou dando “apoio” ao pecado, mas sim afirmando a verdade de que o pior não é somente o pecado, mas principalmente o ato de negligenciar oração ou comunhão/adoração a Deus por causa da vergonha deste pecado. Amados, “na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o ponto de derramar o próprio sangue” (Hb.12:4). O que o diabo mais quer é ver é a nossa própria negligência de oração como consequência do pecado.
Não estou dizendo que o ato pecaminoso em si mesmo não seja pecado, mas sim que a maior de todas as consequências pode vir depois com uma vida cristã mais “fria” e que pensamos que Deus não nos ama mais ou já está “cheio” de nos perdoar. E, quando tivermos forças para vencer o pecado novamente, também não devemos parar de orar ou orar menos por causa desta suposta “força” que você passou a ter, mas sim voltar a orar tanto quanto antes ou até mais, porque a nossa força não provém de nós mesmos, mas sim totalmente, completamente e inteiramente do Deus Todo-Poderoso!
Quanto mais nós passamos sem Deus (na frente da televisão, de um computador vendo coisas completamente fúteis, em festas ou baladas ou qualquer outra coisa do tipo) nós estamos (querendo ou não, gostando ou não) dando alimento para a carne, e não para o Espírito. Quando alimentamos o monstro, ele passa a parecer algo realmente “tenebroso”, e muitas vezes o vemos maior do que o Deus “que fez os céus e a terra e tudo o que neles há” (Sl.146:6).
Mas quanto mais deixamos estas coisas fúteis e carnais de lado e nos voltamos para a comunhão com o Espírito Santo, mais Graça ele nos concede a fim de que resistamos bravamente e permaneçamos firmes tanto no dia bom quanto no dia mal, sabendo que muito “maior é aquele que está conosco do que aquele que está no mundo” (1Jo.4:4), e que “nós somos de Deus e o mundo todo jaz no maligno” (1Jo.5:19).
Não nos juntemos ao “mundo” que “jaz no maligno”, pois de fato muitos de nós (Corpo de Cristo) tem sido tão mundanos quanto o próprio mundo. Pensam como o mundo, agem como o mundo, gostam do mundo, amam o mundo, se divertem com as coisas do mundo, se alimentam do que o mundo oferece; busca, procura e acha aquilo que o mundo vai se acabando e se degradando entre si com maior corrupção moral.
Nós temos a obrigação de sermos uma fortaleza de resistência, totalmente desligados da degradação moral que está no mundo e tendo orgulho e alegria de sermos santos como Ele é santo, pois aqui na terra “devemos andar como Ele andou” (1Jo.2:6). Nós sabemos que “todas as coisas cooperam juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm.8:28), mas para amá-lo precisamos seguir os seus passos, carregar a sua cruz, sujeitar a nossa carne e levar cativos os nossos pensamentos para Cristo, o nosso amado e fiel libertador.
É apenas alimentando o Espírito que produzimos “vida em nós mesmos” (Jo.6:53), mas a “carne não produz nada que se aproveite” (Jo.6:63), porque “o salário do pecado é a morte, mas o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm.6:23). Se alimentarmos o Espírito e sujeitarmos a nossa carne, produziremos “fruto que fica para a vida eterna” (Jo.4:36), o qual dará a sua porção no tempo certo e determinado por Deus.
A vida cristã é feita de crescimento e maturidade espiritual, e, de fato, nós somos movidos a agradar Aquele que nos amou, e não a nós mesmos, afinal, “nós o amamos porque ele nos amou primeiro” (1Jo.4:19). Nós, como verdadeiros “embaixadores de Cristo” (2Co.5:20), temos a obrigação de deixar a carne inoperante, mas isso só acontecerá com tempos e tempos de oração, com talvez fracassos e mais fracassos, o que também leva a perseverança atrás de perseverança.
Porém, sabemos que “aquele que prometeu é fiel” (Hb.10:23), e “não desampara um filho seu” (Sl.37:28). Ele nos concederá graça a fim de que, O buscando, encontremo-nos em estado de pureza e santificação, onde o pecado já não atrai mais e o mundo perde o seu brilho. Sim, isso é possível; e “Sim - nós podemos!” Juntos – você e o Espírito Santo – poderão abalar qualquer ponte, contanto que você não se esqueça de quem é o “elefante” e quem é o “ratinho” da história! O mérito, a honra, a glória e a graça provêm totalmente de Deus.
Nós podemos escolher o que colocar em nossos pensamentos e determinar se queremos seguir ou não a Deus, tendo uma mente carnal ou espiritual. Satanás, porém, ataca pelo lado de fora, com pensamentos alheios a nossa vontade ou controle. Ele incita a nossa própria mente carnal a deliberadamente pecarmos contra Deus e digerirmos pensamentos em cima de pensamentos que vão contra a Sua santidade. É preciso rejeitar, de pronto, a esse tipo de invasão, pelo exercício de nossa vontade com o auxílio do Espírito Santo.
Se não forem abortados imediatamente, minarão a nossa mente e estabelecerão um domínio na área invadida. Chega um momento em que a mente espiritual dá lugar a mente carnal de tal maneira que, digerindo o pensamento, a nossa própria mentalidade espiritual torna-se inativa contra a nossa carne. Se não abortamos os pensamentos e inclinações para o mal o quanto antes, daremos lugar e liberdade para a nossa mente carnal entrar em ação e atuar livremente, tornando inoperante a nossa mente espiritual.
O resultado disso é que, muitas vezes, cometemos atos tão repudiáveis que nós mesmos só caímos na “real” quando a carne já foi satisfeita e a mente espiritual é “ativada” novamente. Neste momento ficamos até assustados ou horrorizados com o que os nossos próprios atos foram capazes de fazer, como se estivéssemos (e, de fato, estamos) pecando maldosamente e deliberadamente contra aquele que nós amamos e para quem vivemos. Muitas vezes só temos a noção real disso quando a mente espiritual volta à ativa, e pensamos em todo o mal que fizemos.
Isso ocorre porque damos liberdade de atuação para a nossa mente carnal, tornando a mente espiritual inoperante, e o nosso “próprio eu“ torna-se exatamente aquilo que realmente somos por natureza: pecaminosos, desobedientes, violentos, impuros, maus! Os nossos atos apenas refletem aquilo que a carne já é por natureza. A carne é inimiga de Deus, e não pode se submeter à Sua Lei. Quando damos lugar à carne, deixamos de ser “espírito” e tornamo-nos cada vez mais “carnais”, levantando todo o tipo de desobediência contra Ele, e descontroladamente.
Nós somos seres sedentos por água. Existe novamente uma analogia nisso entre o material e o espiritual. Deus fez um ser vivo que é totalmente necessitado de água para continuar sobrevivendo. Por isso mesmo, espiritualmente falando, Jesus disse que ele é a “fonte de águas vivas que salta para a vida eterna” (Jo.4:14), e que “quem beber dessa água não terá sede novamente” (Jo.4:14). Em Apocalipse é descrito o “rio da água da vida” (Ap.7:17), e o próprio Deus é descrito no Antigo Testamento como sendo o “manancial de águas vivas” (Je.2:13). É indiscutível, portanto, que no reino espiritual nós também somos seres sedentos por água, e que Deus nos oferece águas vivas para a nossa manutenção diária.
Mas existe um grande problema. Infelizmente, o ser humano não se sacia apenas com água. Quando alguém está sedento, com sede, morrendo de vontade de molhar a língua, ele topa qualquer coisa, até mesmo uma água que não seja tão limpa, tão pura, quanto àquela água pura que Cristo nos oferece. E é exatamente aí que Satanás deseja levar vantagem sobre nós. Ele sabe que nós somos seres espiritualmente sedentos por água, e que por isso mesmo muitas pessoas encontram a sua fonte somente em Cristo. São pessoas que vivem uma vida voltada ao Senhor, vivem em Cristo, por Cristo, para Cristo e com Cristo.
É como se alguma coisa dentro delas clamasse por mais de Deus, não apenar para ficar querendo as coisas materiais que agradam os olhos, mas porque tem algo dentro delas que só é saciável na sua busca a Deus. Sentimos-nos completos somente quando estamos com o Senhor, e somente temos a alegria plena e verdadeira quando estamos com Ele. É como uma voz que clama no deserto, clamando sedenta por água, e que só é saciável quando se encontra com a fonte de águas vivas que é o Senhor e Salvador Jesus Cristo. O diabo também sabe disso, e tal como um astuto tentador, tem as suas formas de saciar a sede dos seres humanos de água, oferecendo a sua própria água, para se contrapor a Cristo.
Quando estamos em um contexto de tentação, muitas vezes o que se forma em nossos pensamentos são coisas tão imundas, mas tão imundas, que são como um lago sujo que o maligno cria em nossa mente. O maior problema é que, quando não damos um “basta” nisso de uma vez, este lago continua ali na sua frente, mas com o detalhe de que você está muitíssimo sedento por beber alguma coisa. Você fica sedento, e clamando por algo para beber, e a única coisa que vê na sua frente é aquele lago imundo que toma conta de todos os seus pensamentos.
Você não consegue pensar em outra coisa, não consegue colocar algo puro e santo em sua mente, e agora o problema não é apenas o lago impuro que está logo ali em frente, mas também a sua sede que fica cada vez maior, clamando por algo – qualquer coisa – que possa saciar a sede. O resultado disso é que acabamos trocando a água viva que Cristo nos oferece por esse lago sujo que o diabo cria em nossa mente. Acabamos dando lugar para isso e nos lançando naquele lago sujo e imundo, porque estamos morrendo de sede e nada a mais se forma em nossa mente senão aquele lago que lá se forma.
Quando bebemos daquele lago sujo, saímos de lá sem sede; contudo, saímos sujos, cheios de lama e todos os tipos de imundíces. É por isso que muitas pessoas, após pecarem, se sentem sujas. E, se não fosse pelo sangue de Jesus que nos purifica de todo o pecado (que nós alcançamos quando oferecemos sacrifício agradável a Ele com arrependimento), nós ficaríamos sujos assim para sempre. Infelizmente, existem muitas pessoas que estão muito mais bebendo essa água suja que Satanás nos oferece do que da fonte de águas vivas. Tais pessoas saciam a sede apenas momentaneamente, mas além de ficarem sujas, ainda ficam repletas de veneno em seu interior.
A água suja da lama pode até servir para matar uma sede momentânea gritante, mas certamente causará sérios danos à saúde futuramente. Da mesma forma, essa água suja vai continuamente tirando cada vez mais a nossa saúde espiritual, nos tornando em seres doentes espiritualmente, viciados em tudo quanto é porcaria. De tanto se lançarem naquele lamaçal, muitas pessoas já estão profundamente atoladas em tal lama, de tal forma que parece até impossível sair de lá aos olhos humanos. Outras pessoas, de tanto beberem da fonte de águas vivas continuamente, formaram em si mesmos uma provisão para o presente e para o futuro, para a época da seca.
O resultado de tudo isso pode ser visto já no tempo presente, com pessoas vivendo uma vida cheia de imundície e que não conseguem sair daquele lugar, e outras pessoas que se mantém puras, mesmo em meio à corrupção que há no mundo, e nós veremos isso definitivamente no dia do Juízo Final, quando “tudo aquilo que está em oculto será revelado” (Lc.12:2), e algumas pessoas se chegarão a ele como uma noiva pura, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.
Outras pessoas, contudo, se chegarão a ele exatamente da mesma forma espiritual que estavam quando viviam aqui na terra: em total estado de impureza e imundície. Nós chegamos ao Céu no mesmo estado espiritual em que nós nos encontramos hoje. É por isso que essas pessoas serão consideradas “impuras” (Ef.5:5), e na Nova Terra prometida “não entrará coisa alguma que se contamine, mas somente os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” (Ap.21:27), e portanto “de fora ficarão os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira” (Ap.22:15).
“Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus” (Efésios 5:5)
Se existe alguma chance deste desejo nocivo a Deus ser desenfreado, é graças a Deus e a Sua misericórdia para derramar o Seu Espírito em nós, porque por nós mesmos nós nada podemos fazer para ter uma vitória total e absoluta, e somos apenas e realmente aquilo que se manifesta quando a mente espiritual torna-se inoperante em frente à vontade de nossa carne.Na verdade, Deus realmente “não dá maior tentação do que podemos suportar” (1Co.10:13), mas ao darmos lugar de atuação para a carne, tornamo-nos nós mesmos sujeitas e cativas à ela.
É como se estivéssemos “alimentando” o verdadeiro monstro que existe dentro de nós. Mas Deus é mais forte que as nossas limitações, ele “nos concede graça maior” (Tg.4:6) e “purificará a nossa consciência de atos que levam à morte, de modo que sirvamos ao Deus vivo!” (Hb.9:14). Para isso, temos que buscar na fonte, que é Cristo, a santificação, sem ficarmos com uma mentalidade de culpa enquanto se dá este processo de regeneração, porque muitas vezes o velho homem que já foi sepultado deseja sair do túmulo e voltar à vida novamente.
O que devemos fazer é continuar buscando e buscando, agradando o Espírito que nos concederá cada vez mais forças em momentos de fraquezas, pois “todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta” (Lc.11:10). O meu sincero desejo a todos é que siguemos a santificação ao Senhor, avançando em maturidade e sem lançar novamente o fundamento de atos que conduzem a morte; prossigamos no temor ao Senhor sabendo que Ele é bom, o seu amor dura eternamente, e em todas essas coisas seremos mais do que vencedores.
Para terminar, não poderíamos falar sobre o perdão de Deus sem tocar na parábola do filho pródigo:
“E disse: Um certo homem tinha dois filhos; e o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades. E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos. E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros. E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés; E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos; Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se” (Lucas 15:11-24)
Muitas pessoas são como o filho pródigo, que pensam que deixar o Senhor de lado e ir “curtir a vida” é a solução para os seus problemas. Pensam que a felicidade verdadeira se encontra no mundo, e quando se deparam, veem que se encontram na situação mais decadente o possível. Bebem a vontade daquele lago de águas sujas, se banham nele, pensando que deste jeito estarão em uma situação melhor, e, além de não conseguirem alcançar a tão sonhada felicidade longe do Senhor, quando caem em si mesmas veem que estão sujas, imundas, em uma situação mais deplorável do que os próprios porcos.
Elas não honram a própria vida e nem os seus próprios corpos, se entregam e se lançam ao lago sujo, e quando caem em si, caem na real de que a única vida verdadeira é aquela fonte de águas vivas, de que viver pro mundo é viver sem dignidade, e de que a vida em Cristo vale muito mais do que a vida para o mundo. Só então que percebem que a paz verdadeira só se encontra em Cristo, e que a aparente diversão do mundo é veneno. Então, querem voltar para o Pai. E sabem o que eu mais me impressiono nessa história toda? Que o Pai é tão amoroso, que não apenas o recebe de volta, mas corre ao seu encontro, se lança ao seu pescoço e o beija, e ainda prepara uma festa digna para você.
Ao invés de rejeitá-lo ou dar o troco, ele simplesmente traz novamente ao filho a dignidade que este perdeu enquanto esteve no mundo. O Pai não guarda rancor, não se vinga dos arrependidos pelo tempo em que passaram na ignorância, e nem os lança para longe de si. E por esse tipo de pessoa e também por muitos outros que ainda se encontram no mundo, Ele deu o seu único Filho, por amor a todos nós, para que, assim como foi com o filho pródigo, possamos sair da morte para a vida. Afinal, ele não veio chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento. Por mais afastado que você hoje esteja dele, saiba que ele lhe espera, movido de íntima compaixão, para correr em sua direção, perdoá-lo e abraça-lo, e dizer tu és dele, e ele, é teu.
“Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo” (Apocalipse 3:20)
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Filipenses 4:8)
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Por: Lucas Banzoli.
Extraído de meu livro: "Como Vencer o Pecado".
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