Essa pergunta “atormenta” muitos cristãos e é o tema preferido entre os ateus. Quem era o Deus do Antigo Testamento? Era o mesmo do Novo? Porque há aparentemente uma grande diferença entre o Deus do Velho e do Novo Testamento?
Primeiramente, devemos ter em mente a natureza de Deus. Deus não tem amor, ele é amor! “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo.3:16). Essa é uma verdade que revela o caráter de Deus: Ele amou tanto ao mundo ao ponto de entregar o seu próprio Filho, mesmo sem pecados, como sacrifício vicário em favor de todos nós, pecadores, que mereceríamos a morte. Por meio de Cristo temos a vida eterna, o amor de Deus é revelado a nós por meio Dele. Enquanto o Filho ainda não havia vindo ao mundo pagar o preço pelos pecados da humanidade, ainda estávamos sobre o domínio da morte.
Este é um ponto essencial para começarmos a entender a questão relativa ao amor de Deus: Ele foi revelado por meio de Cristo Jesus. Em outras palavras, antes disso Deus se limitava a agir conforme o costume de cada povo em cada nação conforme e de acordo com os seus respectivos costumes. Ele não revelou a plenitude do seu amor para com nós antes de Cristo, mas sim por meio Dele. Deus Se revelava ao povo do Antigo Testamento como uma persiana num quarto escuro – uma lâmina por vez – para que eles se acostumassem aos poucos com a luz. Se Ele houvesse aberto totalmente a persiana e revelado Sua deslumbrante ternura e tremenda bondade, a luz teria cegado os antigos. Eles não teriam visto coisa alguma.
Mesmo assim, Deus não agiu em momento nenhum “sanguinariamente” ou “injustamente”, como pensam muitos. Deus agiu com justiça, de acordo com a justiça deles e com as práticas e costumes de cada povo. Analisaremos cada questão:
ANIQUILAMENTO DE NAÇÕES INTEIRAS - A terra prometida que deveria ser dos descendentes de Abraão estava ocupada por sete nações. Primeiramente devemos ter em mente quem e como eram essas nações. A religião cananéia era extraordinariamente vil e degradada, seus “postes sagrados” sendo evidentemente símbolos fálicos, e muitos dos ritos nos seus “altos” envolviam crassos excessos e depravações sexuais. (Êx 23:24; 34:12, 13; Núm 33:52; De 7:5) O incesto, a sodomia e a bestialidade eram parte ‘do que faziam os da terra de Canaã’, que tornava imunda a terra, a qual, por esses erros, estava para ‘vomitar os seus habitantes’. (Le 18:2-25) A magia, a feitiçaria, o espiritismo e o sacrifício de seus filhos por meio do fogo achavam-se também entre as práticas abomináveis dos cananeus. Baal era a mais destacada das deidades adoradas pelos cananeus. (Jz 2:12; Jz 6:25-32; 1Rs 16:30-32.) As deusas cananéias Astorete (Jz 2:13; 10:6; 1Sa 7:3, 4), Axerá e Anate são apresentadas num texto egípcio tanto como deusas-mães, como quais prostitutas sagradas, as quais, em paradoxo, permaneciam sempre virgens (literalmente, “as grandes deusas que concebem, mas não dão à luz”).
Pelo visto, a adoração delas envolvia invariavelmente os serviços de prostitutas de templo. Essas deusas simbolizavam não só a qualidade da lascívia sexual, mas também da sádica violência e guerra. Assim, a deusa Anate é retratada na Epopéia de Baal, de Ugarite, como realizando uma matança geral de homens e depois enfeitando-se com cabeças suspensas e prendendo mãos de homens à sua cinta, ao passo que alegremente anda no sangue deles. Enfim, uma degradação social total. E era esse povo que tinha que dar espaço para os hebreus conquistarem a Terra Prometida. Para que a promessa a Abraão se cumprisse, estas nações deveriam ser retiradas daquele lugar. Acontece que estas nações só poderiam ser removidas daquela localidade se houvesse um motivo justo, e isto foi revelado a Abraão. O Eterno ( bendito seja) disse a Abraão que a sua descendência só tomaria posse da terra se os habitantes dela cometessem graves delitos, devemos nos lembrar que só Deus tem acesso ao passado, presente e futuro, Ele desejou revelar isso a Abraão.
E assim aconteceu, o tempo se passou, os descendentes de Abraão cresceram e se tornaram escravos no Egito, e o pecado dos cananitas se agravou. Deus poderia muito bem mandar fogo e enxofre como no juízo de Sodoma, que estava oprimindo aos pobres e gastando todos os recursos disponíveis na promiscuidade. Deus derramou o juízo sobre os habitantes de canaã pela guerra e não pelo fogo, o motivo, muito simples, para que o povo judeu visse que a guerra não era algo agradável, para que eles mesmo não resolvessem praticar as injustiças que eram feitas por aqueles povos, porque caso contrário, sofreriam as mesmas conseqüências. Existe uma lei prescrita pelo Eterno que no monte Sião não poderá haver idolatria e práticas repugnantes como oferta de crianças a deuses (demônios), porque tal procedimento atrai a maldição para a terra. Por que? Porque o monte Sião é o lugar do repouso de Deus por decreto, por isso estes povos foram removidos, e o Eterno na Sua insondável sabedoria colocou os próprios judeus para realizar a tarefa.
O Eterno aguardou 400 anos pelo arrependimento daquelas nações, foi rejeitado, elas ensinavam suas práticas repugnantes às crianças e elas se tornavam adultas e passavam para as próximas gerações. Era um chaga incurável, até que a misericórdia de Deus alcançou Seu ponto máximo, mas foi desprezada, e assim eles foram removidos, não por catástrofes naturais ou por permissão dada aos demônios, mas pelas mãos do exército de Israel, para que vissem o horror da guerra e não caíssem na mesma iniqüidade daqueles povos, mas a história mostrou que o povo de Israel em certos momentos traiu a Deus e por isso , assim como removeram as nações, foram removidos. A morte de uma criança de certo choca a todos os seres humanos normais, mas somente Deus tem o poder de dar a vida e de retirá-la. Quando Deus tira a vida de um velho, adulto, jovem, feto ou criança, Ele tem motivos e sabe o porquê, Deus administra a morte de todos os habitantes do planeta, a este momento pessoas estão morrendo, e isso sob a permissão de Deus, para nós humanos a morte é extremamente desagradável, até para um assassino.
Mas para Deus todos vivem, para Ele a morte é uma transferência, entretanto Ezequiel revela que Deus não se agrada quando chega o momento dEle derramar o juízo de morte. O que isto significa? Que quando chega o momento de Deus ordenar a morte de algum rebelde, por mais sórdido e pecador que seja, Ele não faz isto sentindo alegria, porque se trata de um humano, feito à Sua semelhança, mas infelizmente os prejuízos causados pelo rebelde a outros humanos extrapolariam os limites se ele permanecer vivo. Deus não se agrada da morte do ímpio, diz a Palavra, mas se ele exceder os seus limites permitidos de rebeldia, infelizmente, ele morre. Não se deve esquecer que a lei da guerra só poderia ser aplicada uma vez e naquela ocasião específica, depois nunca mais. Tornou-se em "artigo morto".
O Eterno nunca aceitou sangue de crianças em sacrifícios, e até os animais que eram sacrificados no templo eram aproveitados nas refeições, não existe sofisma algum que justifique o sacrifício de crianças, é algo bizarro, antinatural e criminoso. Deus logo não pode ser associado à crueldade, a palavra crudelis significa carniceiro, numa analise etimológica grotesca, o amante do sangue, que tem prazer na destruição jamais pode ser Deus, simplesmente porque quem constrói e se envolve anos em um projeto NUNCA sentirá prazer em desfazer aquilo que demorou tanto tempo para construir, a essência de Deus é construção, criação, edificação, invenção, amor...
Deus é amor, e Sua criação mais perfeita foi o ser humano, o amor de Deus pelo ser humano é muito grande, tal como não podemos entender, ao ponto de oferecer o próprio Filho para pagar a DÍVIDA do ser humano. Esse amor de Deus não só é revelado em nossos corações por meio de Jesus Cristo, como também foi demonstrado até pelos cananeus. De fato, Deus fala a Abraão em Gênesis:
“E a quarta geração tornará para cá; porque a medida de iniqüidade dos amorreus não está ainda cheia.” (Gn.16:15)
Mesmo Deus sendo onisciente e sabendo que os amorreus não iriam se arrepender dos seus pecados, e continuariam praticando todas aquelas práticas repugnantes descritas acima, Deus ainda assim foi ético e esperou dar o tempo certo, o tempo determinado, “suportou” por mais quatrocentos anos aqueles povos, até que se enchesse a medida de iniqüidade daqueles povos, para só aí Deus agir contra eles. Deus esperou Noé pregar por 120 anos que viria a destruição, mas os antediluvianos preferiram assumir as conseqüências. Deus foi ético do início ao fim.
A ESCRAVIDÃO - A escravidão é a instituição mais lamentável que os povos criaram, e também bastante antiga.Várias foram as vezes em que o Eterno interviu na história para amenizar a escravidão ou mesmo para baníl-la. A escravidão está na mentalidade humana, voltada para o desejo de dominar para garantir o sustento neste mundo decaído. Os menos capazes eram dominados por aqueles mais destros na captação e acumulação de riqueza e mais hábeis no trabalho, até que surgiu a escravidão relacionada à guerra e por fim o escravismo negro que não deixou de ser por causa da guerra, negros capturavam negros de outra nação para vendê-los aos europeus colonizadores das Américas.
A escravidão foi banida do mundo graças aos muitos cristãos sinceros que estavam lutando na guerra civil americana seguindo aos ideias do presidente Abraham Lincoln, estas pessoas influenciaram a declaração dos direitos do homem e da revolução francesa. A reforma protestante ocorrida séculos antes foi um golpe à supremacia do império romano catolico, preparando sem dúvida o cenário para os ideias de liberdade. O Eterno soberano sobre a história previu o fim do escravismo, e mesmo na era em que os povos eram mais rudes e egoístas, Ele deu Leis, o povo de Israel estava PROIBIDO de escravizar à maneira dos pagãos.
O escravo judeu era na verdade um SERVO, que convivia com seu senhor e muitos PREFERIAM ficar como servos mesmo podendo se tornar livres como registra a Escritura Sagrada. O senhor judeu estava OBRIGADO a liberar seu escravo, se este fosse seu copatriota, após sete anos de serviço. Um dos motivos de Deus mandar juizos ao povo de Israel foi pelos maus tratos aos escravos, temos uma epístola do Novo Testamento dedicada apenas a um escravo o livro de Filemon, algo sem igual em qualquer literatura religiosa. O apóstolo Paulo ainda diz: “Não mais como servo mas, acima de servo, como irmão amado no Senhor” (Fl.16). Quem está com Cristo não é mais escravo, mas livre em Cristo Jesus, nosso Salvador, que nos libertou do império das trevas e nos trouxe luz e salvação.
A LEI DO ANTIGO TESTAMENTO E O COMPORTAMENTO DE DEUS – A lei do AT pode parecer cruel demais para muitos – olho por olho, dente por dente. Logo no início desta matéria, vimos que o amor de Deus foi revelado por meio de Cristo Jesus, e antes disso Deus se limitava a agir conforme o costume de cada povo em cada nação conforme e de acordo com os seus respectivos costumes. A lei Mosaica (Lei de Moisés) pode parecer dura para os dias de hoje, mas para aquela época não era nem um pouco. De fato, a lei de Damião já vigorava naqueles dias dentro do Império Babilônico. Era a coisa mais comum do mundo antigo. Uma vez que Deus havia dado “uma lei dura para um povo duro”, e de acordo com os padrões que eles mesmos queriam, Deus tinha que seguir princípios e ser duro com relação ao cumprimento desta lei.
Ele não poderia colocar alguma coisa na lei e depois voltar atrás na sua decisão. Se a lei diz que o crime é para a morte, se Deus faz alguma outra coisa ele estaria deixando de cumprir a lei dada por ele mesmo para aquele povo que queria tal lei. Em outras palavras, Ele seria mentiroso: “Diz que faria uma coisa, mas não cumpre o que ele mesmo promete”. Uma vez que Deus derramou o seu amor em nossos corações por meio de Cristo Jesus, a plenitude do seu divino amor por nós nos foi revelada, e Jesus Cristo deu um outro sentido a lei, sentido este ainda desconhecido por aquele povo hebreu rebelde, que preferia uma lei dura para um povo duro! O ensinamento de Jesus Cristo poderia ser diferente para aquele povo que desconhecia o que era o amor: “Se apanhares numa face, ofereça a outra”; “Se te obrigares a carregar uma carga por uma milha, carregue-a por duas”; “Se alguém lhe tomares a túnica, dê-lhe também a capa” (Mt.5:40,41).
O amor de Deus por nós se manifesta através de Seu Filho, Jesus Cristo, que trouxe boas-novas à humanidade decaída, que trouxe vida aonde imperava a morte, de modo que “passássemos da morte para a vida” (Jo.5:24). O Deus do Velho Testamento sempre foi o mesmo do Novo. Através de todo o Velho Testamento, declara-se que Deus é “misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade” (Êx.34:6; Nm.14:18; Dt.4:31; Ne.9:17; Sl.86:5; Sl.86:15; Sl.108:4; Sl.145:8; Joel 2:13). No Novo Testamento, a bondade, amor e misericórdia se manifestam de maneira ainda mais abundante pelo fato de que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo.3:16).
A Sua Palavra, numa data escolhida pelo Eterno se fez carne, esteve entre nós, e transmitiu o recado do Pai: Que Jesus Cristo, se ofereceria voluntariamente, por amor, para receber o sofrimento, o castigo e a morte, em favor dos arrependidos, para cancelar a dívida de qualquer um que se arrepender do seu pecado e desejar retornar para Deus, percebe? Este é o Evangelho, e o Evangelho é o poder de Deus para a libertação de todo aquele que crê, Evangelho são notícias boas e novas, você crê nela agora? O Filho de Deus encarnado é a voz de Deus para a tua vida.
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Romanos 5:8)
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli.
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