“Raça de víboras! Quem lhes deu a idéia de fugir da ira que se aproxima? Dêem fruto que mostre o arrependimento!” (Mateus 3:7-8)
Para o espanto de muitos, não apenas os ateus ou os maiores crápulas, mas a grande maioria entra pela porta larga, que leva a perdição. Afinal, não basta nem sequer ser justo. Devemos ser muito mais do que justos, porque até ao justo é difícil ser salvo:
“E, se ao justo é difícil ser salvo, que será do ímpio e pecador?” (1 Pedro 4:18)
Pense bem nisso: Já é quase impossível ser considerado “justo”. Afinal...
“...Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer. Suas gargantas são um túmulo aberto; com suas línguas enganam. Veneno de serpentes está em seus lábios. Suas bocas estão cheias de maldição e amargura. Seus pés são ágeis para derramar sangue; ruína e desgraça marcamos seus caminhos, e não conhecem o cainho da paz. Aos seus olhos é inútil temer a Deus” (Romanos 3:10-18)
Para ser considerado “justo”, não basta apenas ter uma convicção intelectual de fé em Cristo, mas deve-se demonstrar isso pelas obras:
“De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso tal fé poderá salvá-lo?” (Tiago 2:14)
“Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta” (Tiago 2:17)
“Mas alguém dirá: ‘Você tem fé; eu tenho obras’. Mostre-me a sua fé sem obras, e eu lhe mostrarei a minha fé pelas obras” (Tiago 2:18)
Veja que, para você ter a fé genuína salvítica, você tem que demonstrar isso pelas obras. Se as suas obras desmentem isso, então ela é inútil (Tg.2:20), demoníaca (Tg.2:19) e está morta (Tg.2:26). Não adianta apenas dizer “ah, eu amo a Deus, ele não vai me punir”. Essa mentira Satanás coloca na mente de muitas pessoas, que vivem uma vida de pecado, de vícios, de maledicência, de falta de honestidade, e pensam que no último dia poderá ser salvo porque “lá no fundo era uma boa pessoa”. Essa é uma das principais armas que o diabo usa para convencer o pecador de continuar no pecado. Ele conhece a Bíblia, e sabe muito bem que se alguma pessoa realmente amasse a Deus, então demonstraria isso pelas obras, pois é assim que revelamos o nosso verdadeiro amor por Ele:
“Porque nisto consiste o amor a Deus: em obedecer aos seus mandamentos” (1 João 5:3)
“Assim sabemos que amamos os filhos de Deus: amando a Deus e obedecendo aos seus mandamentos” (1 João 5:2)
“Aquele que diz: ‘Eu o conheço’, mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele” (1 João 2:4)
Portanto, não adianta apenas ter uma disposição intelectual de amor a Deus, tem que demonstrar isso com atos, com ações! É muito interessante o paralelismo bíblico entre amore obras: “Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do seu lugar” (Ap.2:4,5). Após afirmar que lhes faltavam o amor, Jesus diz a eles a pratiquem obras, pois é desta forma que demonstramos o nosso verdadeiro amor para com Ele. Aquele que está em Cristo e não dá frutos [obras, resultados], ele simplesmente corta:
“Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele poda, para que dê mais fruto ainda” (João 15:2)
E não pense que o “cortar” aqui é uma figura de alguma coisa não tão ruim assim; veja para onde vão aqueles que são cortados por não produzirem as obras que demonstram o seu arrependimento:
“O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo” (Mateus 3:10)
“Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo” (Mateus 7:19)
A convicção intelectual de ser um “seguidor de Jesus”, por si só, não vale nada. Um excelente pregador norte-americano, Paul David Washer, falou em suas palavras aquilo que significa quando você vai à frente da igreja “aceitar Jesus no coração” repetindo algumas palavras que o pastor fala para você: “Absolutamente nada”! Irmão, não fique assustado e nem pare de ler isso agora.
A convicção intelectual de seguir a Cristo, por si só, não vale absolutamente nada se não for produzir um profundo arrependimento. Seguir a Cristo implica, inclusive, em tomar a sua própria cruz (Mt.10:38; Mt.16:24). De fato, todos os apóstolos morreram martirizados – e muitos deles em uma cruz! Jesus nunca pregou em algum momento que quem quisesse segui-lo “venha e faça uma oração”. NÃO!!! O que Jesus e João Batista verdadeiramente disseram? Que demonstrassem o seu genuíno arrependimento:
“Daí em diante Jesus começou a pregar: arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo” (Marcos 4:17)
“Ele dizia: arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo” (Mateus 3:2)
“O Reino de Deus está próximo, arrependam-se e creiam nas boas novas” (Marcos 1:15)
“E que em seu nome seria pregado o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém” (Lucas 24:47)
Por isso, muitas pessoas que vão à frente da igreja e aceitam Jesus voltam para as suas casas praticando os mesmos atos de pecado achando que já estão salvas. Não, você não está salvo. Na verdade, você está muito, muito longe de estar salvo. Mas certamente que é um salto importante, um primeiro passo necessário, pois “aquele que me negar diante dos homens, eu também o negarei diante do meu Pai que está nos céus”(Mt.10:33).
Mas isso – por si só – não produzirá salvação nenhuma, que tem que ser precedida necessariamente de um genuíno e verdadeiro arrependimento (Mc.4:17; Mt.3:2; Mc.1:15; Lc.24:47; Jo.3:2). Se você acha que isso já é o bastante, está muito enganado. Não apenas precisa ter uma convicção intelectual (confessar Jesus), e ter arrependimento, como também tem que dar os frutos [obras] que demonstram o arrependimento.
“Dêem frutos que mostrem o arrependimento. E não comecem a dizer a si mesmos: ‘Abraão é nosso pai’. Pois eu lhes digo que destas pedras Deus pode fazer surgir filhos a Abraão”(Lucas 3:8)
“Toda árvore é reconhecida por seus frutos. Ninguém colhe figos de espinheiros, nem uvas de ervas daninhas” (Lucas 6:44)
“Dêem fruto que mostre o arrependimento!” (Mateus 3:8)
Novamente, as obras entram em cena. O arrependimento verdadeiro te traz um amor e uma paixão por Cristo inseparáveis, que resultam em ações, sacrifícios e “loucuras” por pura e espontânea vontade de agradá-Lo e de amá-Lo, em uma entrega total àquele que você ama. E essa paixão não sai como qualquer paixão, pelo contrário, é algo que você leva para sempre – ou, pelo menos, enquanto o Espírito Santo ainda for realidade no seu coração. O arrependimento não se limita apenas a um “choro” ou a um momento de quebrantamento (embora isso também seja importante e necessário), mas implica em uma total mudança radical de postura e de vida, das trevas para a luz de Cristo. Não é algo que entra em você e não pode mais sair. Pelo contrário, é algo que tem que ser desenvolvido com temor e tremor:
“Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Filipenses 2:12)
O arrependimento é algo diário, constante na vida do cristão, não é simplesmente um momento bonito que você teve há alguns meses ou anos atrás (ou mais!). O arrependimento é muito mais do que isso, é algo que alguém que te vê (a mudança no caráter e personalidade) parece que está vendo uma nova criatura. De fato, é exatamente isso que a Bíblia nos ensina:
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura, as coisas antigas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Coríntios 5:17)
“Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade” (Efésios 4:22-24)
Portanto, se você já confessou publicamente Jesus como o seu Senhor e Salvador pessoal, único e suficiente (At.4:12) que veio em carne (1Jo.4;2), tem um genuíno arrependimento consequente da conversão (Mt.3:2), produz frutos (obras) que demonstram o seu arrependimento (Mt.3:8), não vive uma vida de pecado pois as coisas velhas já se passaram e “sem santidade ninguém verá ao Senhor”(Hb.12:14), e desenvolve diariamente a salvação “com temor e tremor”(Fp.2:12), parabéns, você – provavelmente – é uma justa. Não pelos seus próprios méritos, mas pelo sangue de Jesus que agora nos purifica (1Jo.1:7) e que nos torna filhos de Deus para a prática de boas obras (Tito 3:5-8; Efésios 2:8-10).
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Por: Lucas Banzoli.
Extraído de meu livro: "Como Vencer o Pecado".
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