REFUTANDO O ESPIRITISMO (P2)

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Em meu último artigo sobre o espiritismo, busquei oferecer resumidamente um material que demonstrasse pela lógica e pela Sagrada Escritura que o espiritismo – e em especial o seu principal fundamento: a reencarnação – é ilógico, autocontraditório e errôneo em todos os seus sentidos, seja nas falhas de interpretação bíblica ou em função de não se sustentar no campo da razão.

 

Já este presente artigo, diferentemente do outro, visa apenas aprofundarmos nas consequencias das doutrinas espíritas e em especial a como que eles apresentam o papel de Deus e como que eles veem Jesus Cristo. Os pontos que serão apresentados a seguir têm por fundamento o “Livro dos Espíritos” (de Allan Kardec) que confirma cada uma de minhas colocações com relação às crenças espíritas.

 

Um espírita praticante poderá verificar facilmente que os conceitos que serão passados aqui são os mesmos que Kardec apresenta em seus livros. Mas este artigo, em especial, mostra a realidade que a visão de mundo espírita acarreta – em uma total desvalorização de vida e um conceito profundamente superficial e distante de Deus.

 

Os espíritas, em verdade e em prática, têm uma visão de Deus muito mais semelhante a um Deísmo do que a uma realidade cristã. Mas o que é “Deísmo”? Deísmo é a crença na existência de uma “inteligência superior cósmica”, Algo ou Alguém fora do Universo que, apesar de ter criado tudo, vive hoje distante de nós sem se envolver ou intervir em nossa realidade. Diferentemente dos cristãos, os Deístas não creem em um Deus que tenha intervido tantas vezes e de tantas maneiras no nosso mundo. Ele criou para depois abandonarmos ao acaso.

 

Podemos dizer sem muito medo de errar que o Deísmo é a visão teísta mais próxima de um ateísmo que possa existir. Embora tenha a diferença de que uma visão não crê em qualquer força inteligente que tenha criado o Universo enquanto a outra assim crê, ambas estão de mãos dadas no fato de que nada nem ninguém intervém nos dias de hoje em nossas vidas. Nós estamos num mundo fadado ao acaso, e somos independentes de qualquer “força superior”. Temos a nossa própria vida e isso nos basta. E ponto final!

 

A visão cristã, por outro lado, é a de um Deus não somente Onisciente, Onipresente e Onipotente, mas também presente e vivo dentro de cada um pelos quais Ele tem o prazer de chamá-los de filhos. Um Deus que intervém a tal ponto que enviou o seu único Filho, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Um Deus que ama, que sacrifica o que tem de melhor em nome desse amor, que cuida de seus filhos e lhes trata como amigos. Um Deus que não está distante em nossas tribulações e a quem podemos contar em todos os nossos momentos.

 

Mas será que a visão espírita se aproxima mais desta visão cristã – de total e completa dependência nossa com relação a Deus – ou a de um Deísmo – em que somos independentes dEle? Por mais que um espírita se auto-proclame “cristão” e tente sustentar a primeira hipótese, os escritos de Kardec incontestavelmente se aproximam muitíssimo mais do Deísmo.

 

Na visão espírita, Deus serve apenas como uma “máquina criadora de espíritos simples e ignorantes”, e nada a mais que isso. Para Kardec, Deus criou e sempre continuará criando (em um processo literalmente infinito) cada vez mais e mais espíritos simples e ignorantes que devem se aperfeiçoar por si mesmos até o final de suas reencarnações. Tal papel, no entanto, não torna Deus alguma coisa mais eficiente do que uma simples “máquina”. De fato, o papel do Deus Kardecista se resume basicamente nisso: criar e continuar criando cada vez mais espíritos e deixá-los se aperfeiçoarem com o tempo e por conta própria!

 

E esse Deus-Máquina não é nem um pouco necessário no processo de aperfeiçoamento dos espíritos; afinal, para Kardec é totalmente impossível que os espíritos não evoluam. Segundo ele, um espírito absolutamente NUNCA pode regredir; a ordem é SEMPRE crescente: 

 

“A alma de um homem de bem pode, numa nova encarnação, animar o corpo de um perverso?  

 

– Não. Ela não pode regredir (O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Cap.4) 

 

Dito em termos simples, podemos inferir que ainda que a pessoa não ore, não louve, não busque a presença de Deus, não faça nada de bom e só pratique a maldade a vida inteira, ela irá evoluir de qualquer jeito, independentemente de buscar ou não a face de Deus!

 

Em função disso, a busca a Deus torna-se desnecessária no espiritismo, pois o espírito irá evoluir de qualquer jeito, sendo já bom ou mau, buscando a Deus ou não estando nem aí com Ele, orando ou não orando – ele sempre irá progredir! Onde entra a necessariedade de Deus no crescimento espiritual dos espíritos? Em absolutamente lugar nenhum!

 

Antes que um espírita queira contestar o argumento, quero ressaltar aqui que estou me referindo claramente a NECESSARIEDADE, e não a UTILIDADE. Um espírita pode até achar Deus útil neste processo, mas certamente não achará absolutamente necessário, já que os espíritos vão sempre evoluir de qualquer jeito! Portanto, ainda que buscar a Deus possa ajudar a “evoluir mais rápido” de vez em quando, o inverso disso também funciona na evolução, pois os espíritos não podem regredir nunca!

 

A visão cristã, por outro lado, é absolutamente distinta. Enquanto o crescimento espiritual na visão espírita é INDEPENDENTE de Deus intervir ou não e de buscá-Lo ou não, na visão cristã somos inteiramente DEPENDENTES de Deus para progredirmos. Nós não iremos “evoluir de qualquer jeito”; pelo contrário: iremos crescer se buscarmos a Deus e REGREDIR se O negarmos!

 

Um cristão legítimo sabe, pela Palavra de Deus e pela sua própria vida, que ele é totalmente dependente de Deus para viver. Ele é dependente da transformação que é operada pelo Espírito Santo no seu coração; ele é dependente de Deus para mudar de vida; ele é dependente Daquele que nos convence do pecado, da justiça e do juízo; e ele sabe que, por ser naturalmente mau, apenas um real encontro com Deus pode trazer transformação para a sua alma. Uma mudança de vida, um “novo nascimento”!

 

Em outras palavras, um cristão sem Deus não é nada – nem sequer é um “cristão”! Se você não buscar a Deus, não orar, não ser santo, não se consagrar ao Senhor verdadeiramente, não viver uma vida justa e piedosa, não adianta esperar mil e uma reencarnações para mudar de vida! Você simplesmente irá regredir na fé, e, se morrer sem Cristo, terá a morte como o salário do seu pecado.

 

Tal visão é completamente distinta do conceito espírita, onde vivemos muito bem sem buscar a Deus. Buscar a Deus na visão espírita é apenas um “avanço” no processo de crescimento, e não a própria fonte e razão dele! Se não O buscarmos, evoluiremos de qualquer jeito. Não é Deus a fonte de crescimento, pois ainda um ateu ou satanista irá evoluir – querendo ou não, gostando ou não!

 

Você não precisa de um agir do Espírito Santo no seu coração e nem tampouco de uma intervenção divina à medida que você O busca; você não precisa de um Jesus se fazendo homem para morrer por nós; você não precisa de justificação ou santificação – você irá avançar de qualquer jeito!

 

Este conceito espírita está profundamente relacionado ao conceito Deísta de Deus, com a única diferença de que o Deísmo não crê em Deus como uma “máquina criadora de espíritos”, enquanto que o espírita por sua vez crê que Deus cria todos os espíritas para depois deixá-los evoluir por si mesmos até a perfeição, sem qualquer necessariedade de intervenção divina!

 

Não é gritante a semelhança entre um e o outro? O Deísta crê que Deus criou tudo e que não é mais necessário nem tampouco intervém em alguma coisa; já o espírita crê que Deus cria todos os “espíritos simples e ignorantes” para depois deixá-los crescer por si mesmos independentemente de intervenção divina! Em ambos os casos, vemos Deus sendo tratado meramente como uma máquina: uma máquina que cria tudo e todos e depois termina o seu trabalho, deixando-nos livres e expostos ao acaso ou a uma suposta “lei de evolução”.

 

É somente na visão cristã que temos um Deus cheio de amor por nós, que intervém a ponto de dar o seu único Filho e que sabe que nós somos totalmente dependentes Dele para crescermos. É na visão cristã que temos um Deus presente e não ausente; um Deus de perto e não só de longe; um Deus de amor e não só de criação; um Deus de intervenção e não de passividade!

 

Mais do que isso, a visão espírita nos leva a uma desvalorização de vida em relação à visão de mundo cristã. Você pode “curtir a vida adoidado” e seguir todos os rumos de sua carne, que na próxima reencarnação você conserta os seus erros daqui e, além disso, você irá evoluir de qualquer jeito, então pra que se preocupar em mudar de vida já hoje?

 

Você poderia ser o maior ímpio da face de toda a terra que mesmo assim teria sido obrigatoriamente uma evolução ao que você era antes! E você pode praticar quantas impiedades forem que mesmo assim você obrigatoriamente será alguém melhor na próxima vida! Ainda que cometa mil pecados por dia, Deus não irá te julgar por nada disso; ao contrário, você irá “evoluir” (e continuar pecando neste processo) cada vez mais até chegar à suposta “perfeição”!

 

Então, qual é o real problema em fazer o mal na visão espírita, já que nem o próprio Deus traz juízo sobre os nossos pecados, como, por exemplo, a crença de Céu ou Inferno e de Vida ou Morte, conceitos estes que os espíritas não possuem, pois creem sempre em evolução e perfeição e nunca em consequencias ou juízo de transgressões cometidas?

 

Se você fosse um ladrão, um estuprador ou um assassino e amasse cometer estes atos ímpios, e soubesse que tem mais milhares de reencarnações para mudar este quadro e que você OBRIGATORIAMENTE vai ser salvo e nunca condenado por suas práticas, que será obrigatoriamente evoluído sem precisar se preocupar com nada disso, e que no final necessariamente vai dar tudo certo, será que você sentiria realmente a vontade de mudar de vida hoje? É claro que não!

 

Afinal, você tem milhares de reencarnações para poder mudar isso, não é mesmo? Então pra que se preocupar em mudar de vida agora mesmo? E se você sabe que sempre irá evoluir independentemente de Deus ou de suas ações, então por que não continuar vivendo uma vida carnal e pecaminosa, já que você necessariamente irá mudar um dia e não precisa se preocupar com isso hoje, pois há mais um monte de encarnações futuras para pensar nisso?

 

Agora pense de outra forma. Imagine que você é aquele mesmo cidadão citado acima. Algum ladrão que não pensa em outra coisa senão praticar o mal e não evitá-lo de forma alguma. Mas, diferentemente do conforto e comodismo com o pecado na visão acima, pense que você só tem UMA ÚNICA CHANCE de ser transformado, e mais que isso: você tem a chance de fracassar e pagar por todos os seus atos de impiedade!

 

Você pode morrer a qualquer momento e ser condenado; você não tem uma outra vida para ser transformado; você tem uma única vida e tem o dever de vivê-la plenamente, voltando-se para Cristo do início ao fim! Imagine que você não é independente em si mesmo vivendo na prática como um ateu, mas sim alguém totalmente dependente de Deus e do seu Espírito Santo para ser transformado e herdar a vida eterna.

 

O que, então, você faria, nesta outra circunstância? Você não veria outra solução para si mesmo senão se render hoje mesmo aos pés de Cristo e arrepender-se dos seus pecados; afinal, você não sabe se terá ou não o amanhã! Aquele comodismo com o pecado vai completamente embora, pois você sabe da possibilidade do fracasso e também da necessariedade de viver uma vida justa hoje, e não depois de quarenta ou cinquenta reencarnações!

 

Em outras palavras, a visão cristã do mundo faz você viver essa presente vida plenamente, sabendo que ela é a única que você tem, tendo que agarrá-la e vivê-la em sua plenitude, voltando-se ao Deus Altíssimo e em sua total dependência a Ele. Faz você buscá-Lo mais, viver o amor Dele mais, conhecê-Lo mais, e conhecê-Lo hoje!

 

A oportunidade de conhecer a Deus e de receber a salvação não é um convite para daqui quinhentas reencarnações, mas sim algo que você deve tomar posse hoje mesmo! A vida cristã faz você honrar a sua própria vida, e não viver na sombra de um passado sombrio que você nem conhece. Faz você ver que a transformação e regeneração operada pelo Espírito Santo pode ser vivenciada hoje mesmo, e não algo distante que só poderá ser alcançado daqui milhões de anos num processo interminável de encarnações futuras.

 

Se você fosse um jogador de futebol e tivesse uma única partida para vencer o jogo e ser campeão, você jogaria aquele jogo com o melhor de si, daria o próprio sangue para ganhar aquela partida, jogando com raça e vontade de vencer, sabendo das consequencias da derrota. Mas se você tivesse um bilhão de oportunidades de vencer o jogo – ainda que perdesse um bilhão de vezes – e que não existe qualquer possibilidade de fracasso, perde-se aquela responsabilidade de jogar com o melhor de si e aproveitar todas as oportunidades.

 

O pecador tem que saber que a hora de ter um encontro real com Cristo é agora, e não daqui dez mil anos em encarnações distintas. Ele tem que saber que devemos “encorajar uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama ‘hoje’, de modo que ninguém seja endurecido pelo engano do pecado” (Hb.3:13). Ele tem que saber que é agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação!” (2Co.6:2).

 

Mais do que isso: o verdadeiro cristão (e não o Deísta-Espírita do “Deus-Máquina”) sabe que a nossa salvação não está em nós mesmos, como prega Kardec. O homem não se salva por si mesmo atingindo a salvação através de centenas ou milhares de reencarnações sucessivas; ao contrário, ele é salvo através de um homem chamado Jesus Cristo, que há dois mil anos viveu uma vida perfeita, e como um cordeiro foi conduzido ao matadouro, dando a sua vida por nós na cruz, morrendo pelos nossos pecados e ressuscitado para a nossa justificação.

 

O verdadeiro cristão sabe que a causa e razão da salvação não é o nosso próprio “eu”, mas sim Ele – Cristo Jesus! Se o homem salva-se por si mesmo, não haveria qualquer necessidade de Nosso Senhor descer dos céus, se fazer homem como nós, ter sido zombado, escarnecido, torturado e crucificado. Se Jesus veio apenas para ensinar (como pregam os espíritas), então o sacrifício de Cristo seria inteiramente desnecessário; seria totalmente sem sentido sofrer o que sofreu e dar a sua vida em nosso resgate, sendo torturado e morto numa cruz.

 

Por sinal, o sofrimento e a dor, no conceito espírita, estão reservados aos espíritos menos evoluídos, e não aos “espíritos de luz”, aqueles que já alcançaram a perfeição. Sendo Jesus o “espírito de luz mais evoluído” (conforme eles creem), o sofrimento e sacrifício, além de sem sentido, seria uma contradição ao próprio conceito espírita de ensino! Bastaria Jesus ter ensinado doutrinas espíritas e voltado ao Céu sem ter sofrido nada!

 

Contudo, além de Nosso Senhor não ter deixado qualquer ensinamento espírita enquanto esteve entre nós, passou pelo o que passou não foi à toa. Era necessário que ele fosse à cruz, era preciso que ele ressuscitasse ao terceiro dia. A verdade evangélica de que Cristo “morreu pelos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação” (Rm.4:25) jamais pode ser compreendida por algum espírita, enquanto estiver embutido nos livros de Kardec. Ele nunca conseguirá entender a tamanha necessidade de Jesus ter feito isso por nós, pois para eles bastaria que ensinasse e mais nada!

 

Não é à toa vermos pessoas dizendo que “não importa se Jesus existiu ou não; o que importa é que ele existe hoje”. Essa visão espírita é um disparate em relação à fé cristã, e mostra como eles não entendem e nem tampouco compreendem coisa alguma da mensagem da cruz. Eles são ignorantes com relação à verdadeira missão de Cristo na terra, que não foi apenas ensinar, mas também salvar!

 

E enquanto eles tiverem em mente apenas a ideia do “Cristo professor”, a mensagem da cruz continuará sendo “loucura” para eles. Jesus morreu porque nós é que deveríamos estar ali e pagarmos o preço. Jesus fez por nós aquilo que era da nossa conta, para que obtivéssemos a justiça pelo crédito da fé através da morte e ressurreição de Nosso Salvador.

 

Deus exige perfeição absoluta para sermos salvos, pois todo pecado – por mínimo que seja – merece a devida punição: a morte. Mas como fazer isso, já que todos nós somos falhos e pecadores, e não alcançaríamos a perfeição nem em trezentas mil reencarnações? Deus, sabendo da fraqueza da natureza humana e da impossibilidade de conseguirmos a salvação por nós mesmos, providenciou a salvação para este problema: Ele enviou alguém sem mácula, sem culpa, sem pecado, para morrer por nós e ser a nossa justiça!

 

Assim, somos salvos pela Graça de Deus através da fé em Cristo Jesus, no sacrifício de alguém perfeito por nós, que fez aquilo que nenhum de nós conseguiria fazer. Assim, temos um Salvador, que não é nós mesmos: é Cristo Jesus, o Nazareno, o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Pois não há nenhum outro nome dado entre os homens pela qual devamos ser salvos, senão o nome de Cristo Jesus.

 

Aí está a diferença fundamental entre a fé cristã e todas as demais correntes religiosas do mundo inteiro (incluindo as religiões Deístas-Espíritas do “Deus-Máquina”): a salvação para os cristãos está na fé em um homem chamado Jesus Cristo, enquanto que nas outras religiões está em nós mesmos através de nossas próprias obras.

 

Se você perguntar a um Mulçumano se ele será salvo, ele responderá: “Sim”. Se você perguntar o porquê ele merece ser salvo, ele responderá: “Fiz boas obras, fui uma boa pessoa e tenho méritos de justiça”. Se você fizer a mesma pergunta a um espírita, ele responderá a mesma coisa: será salvo por causa de suas próprias boas obras e pela sua própria justiça e méritos pessoais. E o mesmo ocorre em todas as outras religiões teístas, politeístas ou panteístas que povoam o planeta.

 

Mas se você perguntar a um Cristão genuíno o porquê que ele será salvo, ele responderá: “Sou pecador; em iniquidade nasci, e em pecado me concebeu minha mãe – todos pecaram, e destituídos estamos da glória de Deus. Não tenho nada em mim mesmo que me faça digno da perfeição ou da salvação eterna”. Neste momento pararíamos e perguntaríamos a tal cristão o porquê dele pensar ser salvo mesmo com uma descrição pessoal dessas. E ele responderia:

 

“Porque há dois mil anos um homem chamado Jesus Cristo viveu uma vida perfeita e morreu em meu lugar, o castigo que nos trouxe a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras eu fui curado. Ele levou sobre si todos os meus pecados, tornando-se maldição em meu lugar. Ele levou a maldição que era minha e levou cativo o cativeiro, me tornando livre das trevas para a Sua maravilhosa luz. E por meio Dele eu sou gratuitamente justificado pela graça de Deus, pela redenção que há em Cristo Jesus”

 

Um cristão verdadeiro reconhece-se como pecador e não vê em si mesmo as qualificações e méritos necessários para a salvação; mas enaltece a graça de Deus e o sacrifício de Cristo Jesus como a razão da sua esperança e o motivo da sua salvação. É por isso que nenhum espírita jamais entenderá o porquê que Jesus precisou ter vindo ao mundo, sofrer, morrer numa cruz e ressuscitar, se bastaria ter ensinado o espiritismo e mais nada. Porque “o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo” (2Co.4:4).

 

O espiritismo é um atalho que o maligno usa para tentar enganar aqueles que não são da fé. Ao invés de dizer: “renda-se a Cristo hoje, reconheça-se como pecador, seja salvo pela fé e arrependa-se”; ele diz: “não se preocupe com isso, nem sequer se Cristo existiu ou não. Pode acreditar que você mesmo conseguirá obter a salvação em si próprio – você não precisa deste Jesus – ainda que isso leve milhares de reencarnações...”. Assim, o diabo abre uma porta ampla por onde milhões de pessoas entram, acreditando que a mudança de vida é algo reservado a uma outra encarnação, e anulando o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário.

 

Se você é um espírita e está lendo este texto neste momento, ou até mesmo se é algum descrente que compartilha da mesma crença na salvação através de obras ou de si mesmo, arrependa-se hoje mesmo de seus pecados e “humilhe-se debaixo da mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte” (1Pe.5:6). Reconheça que a sua salvação não pode ser encontrada em si mesmo, mas somente na obra de redenção que Cristo fez por você. Dê valor real àquilo que Jesus sofreu – não mereceria o Cordeiro receber a total retribuição pelo seu sacrifício?

 

Mude hoje mesmo de vida, pois há a possibilidade da derrota e você não tem mais que uma vida para se voltar aos pés de Cristo. Creia que o mesmo Deus que preparou um Paraíso àqueles que Nele creem também declarou que “o salário do pecado é a morte” (Rm.6:23). Viva a vida plenamente e para Cristo, pois ela é a única que você tem e “todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más” (2Co.5:10).

 

Acima de tudo, saiba que você e seu destino eterno está totalmente dependente de Deus e da sua busca a Ele. Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação. Agora é o tempo de orar, agora é o dia de buscar a Deus. Não deixe o tempo passar sem mudar de vida, pensando que irá naturalmente evoluir ao longo de infinitas reencarnações.

 

Receba Cristo em sua vida e deixe o Espírito Santo transformá-lo, moldá-lo e regenerá-lo. Não deixe o tempo passar e você ir com ele, lembre-se hoje mesmo do seu Criador, “antes que venham os dias maus e antes que se aproximem os anos em que você dirá: ‘Não tenho satisfação neles’” (Ec.12:1). Tenha um encontro com Cristo hoje. Ele é poderoso para fazer em sua vida hoje aquilo que você não conseguiria fazer por si mesmo nem em infinitas reencarnações.

 

Deus não é apenas uma máquina que cria espíritos simples e ignorantes e que está distante de você. Deus é um Ser que te ama, que transforma simples e ignorantes em grandes homens de Deus, e que está tão perto ao ponto de estar batendo agora mesmo na porta do seu coração, desejando ter um encontro contigo, se você ouvir a Sua voz.

 

“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Apocalipse 3:20)

  

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

 

Por Cristo e por Seu Reino,

Lucas Banzoli.

 

 

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